quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Linhas tortas...


Por que precisamos seguir algo de forma retilínea? Gosto de dirigir nas estradas curvas, de passar a mão nas curvas não sinuosas de alguém, e minha história nunca foi tão escrita em linhas tortas quanto agora. Ah! Eu adoro!

Seriamos obcecados em seguir um certo cronograma vital que serve mais para quem nos observa do que para nós mesmo? Um cronograma em linha reta, sobre como se portar, o que comer, quando casar... Que blasé!

Quem delimitou que devemos obrigação de seguir alguma coisa que me deixe desconfortável, sendo que não me coloquei na função de provar nada? Que plateia é essa que clama pelos fatos da minha vida se eu sequer abri o espetáculo para cobrar a entrada?

Somos, em certos momento, submissos, quando na verdade podemos ser indomáveis, sem nem sequer levar um peso na alma por sê-lo. Os atos de coragem deveriam ser notados de forma louvável, porém, os meus atos de coragem, não chegarão jamais a um pedestal, senão, àquele que eu mesma fiz para eles.

Passamos pelas provas nas escolas que frequentamos e somos avaliados por meio de notas, nas provas da vida, nada qualifica mais as nossas médias que nossas atitudes. E mesmo agindo certo, não receberemos mérito, afinal, agir de forma correta não deveria ser nada extraordinário, deveria ser algo comum e normal.

Só que a maioria é comum, entretanto, anormal, obrigando-se a agir em "linha reta", como um errado exemplo, tentando merecer algo, esvaindo sua saúde mental por aprovação, errando para agradar... compactuando com ações antiéticas... Mas a imagem mostrada, esconde tudo isso e elas seguem na mais perfeita linha reta.

Se mostrar meu corpo, recebo julgamentos quanto a minha competência profissional, por um ato que nada tem relação com o que faço, porém prevaleço com as minhas curvas. E essas sim, essas são sinuosas (e eu as amo), aceitando que suas linhas retas em nada prevalecem sobre as linhas tortas da minha vida, deslizo de forma tranquila pelo meu corpo e minha mente, demonstro minha liberdade que em nada se compara com sua culpa de não fazer o mesmo que eu .

Relaxo de forma branda quando deito, contente, satisfeita que todas as linhas tortas que, sejam elas do meu corpo, da minha vida, continuam saborosas, apetitosas, de olhar, de tocar, de provar, de desejar, sem nenhum remorso, porque eu não preciso provar nada do que sou, basta que eu acredite e isso, independe da sua opinião.

É um privilégio de poucos, mas minhas linhas tortas, são escritas com muito orgulho e sem nenhuma quebra de meu caráter! E hoje eu escrevo para provar que minhas linhas são todas tortas, sim!


Um beijo e um cheiro meu amores!

sexta-feira, 19 de maio de 2023

"Certo dia, beijei alguém..."



Ficou a lembrança do primeiro beijo, aquele beijo na casa da amiga, quando todos se ausentaram...sim! Nós nos beijamos.
Talvez não fosse o melhor cenário e momento, tinha muita iluminação refletida nos vidros pela mesa... Mas era o melhor beijo depois de algum tempo. 
Ainda lembro do frio que senti pela espinha, diante da dúvida se ele corresponderia ou não. Ele correspondeu.
Até hoje eu não sei se a loira excessiva daquela noite deixou espaço da mente dele para que lembrasse do momento. Nunca mais o beijei novamente.
É meio clichê, mas ele definitivamente está longe e perto.
Byron não ousaria me questionar nesse momento, provavelmente sentiria inveja se adentrasse meu peito, quando sinto algo, nunca sinto pela metade.
Me responda sinceramente: quando se for deste plano terreno e perguntar que reações marcaram sua maneira de ver e viver a vida, poderá dizer que gostou/amou sem medo? Que se entregou ao que queria sentir?
Nos limitamos tantas vezes por medo, por orgulho, por raiva, entre outros sentimentos, esquecemos que viver é um privilégio tão grande e reprimir tudo isso é egoísmo, é bom partilhar e melhor ainda poder se proporcionar isso.
Há quem tenha receio de viver algo com outra pessoa por não estar em seu destino final. Quando me refiro a isso, falo de espaço, de lugar. Mesmo que muitos repitam que "o destino a Deus pertence", "só se vive uma vez" ou que "nada é por acaso", seria necessário deixar bem claro todas as pretensões de sair de onde estou, para alçar voos mais altos diante de toda reconexão que me permiti passar.
Será loucura gostar de alguém em silêncio? Talvez sim... Mas na minha loucura eu encontro um conforto de saber que meu sentimento é bom. 
O fato dele não querer as mesmas coisas que eu quero (talvez ele queira as mesmas coisas que eu, só não quer comigo!), também contribui bastante para que eu fique em silêncio.
Não acredito que isso impeça minha porta de ficar aberta, nesse momento a paz e a tranquilidade que assolam meu peito é tão contagiante, que a vontade que tenho é só de compartilhar.
Se pudesse refletir sobre suas experiências em seus relacionamentos passados, e perguntar "o que ficou?", provavelmente não teriam só coisas boas, mas eu tenho certeza, que o primeiro olhar, beijo, sorriso, com certeza vão para essa categoria.
Não posso afirmar que essa história toda que contei agora é verdadeira ou coisa da minha imaginação, meu outro personagem nunca aceitou o seu papel de protagonista, e para o papel principal, precisamos assinar um contrato. 
Poderia marcar dia e hora para fazer a proposta pra ele, só que esse roteiro tantas vezes visto e sempre em estado de reprise, tá distante de alcançar esse ator.
Quem sabe um dia eu escreva essa história de outro jeito? Quem sabe...
Eu acho até que começaria assim:
"Certo dia, beijei alguém..."

Um beijo e um cheiro meus amores.






quarta-feira, 17 de maio de 2023

Conexão Reestabelecida...



Há alguns meses resolvi me reconectar, o que exigiu um esforço grande.

Precisei abrir mão de coisas que quis muito e movida pelo desejo de ter, de ser aquilo que almejava, não percebi o quão danoso seria continuar com esse "querer", pois me fariam criar vínculos que nunca quis.

Parece confuso? Sim. É a vida sempre confundindo, nossas vontades se sobrepondo sobre nossa razão de existir e ferindo planos que muitas das vezes julgamos estarem traçados.

Descobri que havia me reconectado por completo, quando me despi das vaidades que estavam prejudicando minha visão.

Escutei mentiras questionando meu profissionalismo. Não foi nada fácil escutar aquilo, mas há alguns bons anos fixei em minha mente que: "não preciso me defender de algo que não sou, que não fiz e nem me justificar para pessoas que não falam verdades". E levando em consideração que as mentiras foram faladas em um momento que exigia escolhas, percebi que realmente não queria ser a escolhida, por uma série de fatores, mas principalmente, por que precisaria me justificar de coisas que não fiz e que mesmo se justificasse e falasse as verdades, não seria ouvida, porque tem momentos que as pessoas apenas querem escutar o que lhe é mais agradável.

Então, me veio a confirmação que eu precisava: me reconectei!

Estar sozinha tem tantas vantagens, ser solitária é muito bom desde que você aprenda a tirar proveito da melhor pessoa que existe: você mesma!

Refleti sobre coisas que já quis, mas abandonei por comodismo, como pode? Esquecermos de coisas que sabemos que serão para nosso progresso, mas vamos ficando confortáveis com o tempo e ficamos na mesmice.

Nunca mais quero fazer isso comigo... 

Pra completar o processo, eu descobri uma paixão nova, e é tão bom estar apaixonada, mesmo que muitas das vezes não sejamos correspondidas, acho maravilhoso. É como se fosse um sinal para sabermos que estamos vivas, um respiro diante da correria do trabalho.

Voltei a fazer meus exercícios e a respeitar meu corpo, me alimentando de uma maneira melhor. Sem tantos carboidratos que só me agridem e perturbam meu sono.

E tinha tanto tempo que eu não dormia direito, que não conseguia "desligar". A insônia ainda me persegue, mas já com menos frequência do que o costume. 

Achei que depois de me reconectar, seria tudo mais fácil, porém, está sendo a parte mais difícil de toda essa etapa. Leandro Karnal, que eu admiro muito, diz que "esforço é banho. Se parar de tomar banho, fede". E esse esforço diário requer uma disciplina que confesso não estar muito acostumada.

Com a reconexão fiz novos planos, tenho novas vontades e novos amores.

Perdi e ganhei. Se pudesse dar uma dica, diante do momento que estou vivendo, seria apenas uma: Reconecte-se, você merece!

Um beijo e um cheiro meus amores!


segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Reconectando...

Se reconectar tem certas exigências...

Nos cobramos tanto, não nos permitimos errar e quando isso acontece optamos pelas punições. Esquecemos de interpretar isso como um sinônimo de arrogância, pois errar é confirmar que somos imperfeitos e é inerente a qualquer pessoa. 

E quando essa cobrança é substituída por uma "sensação de vazio", como agir?

Ao falar disso com alguém, não deveríamos nunca receber respostas em formato de comparação, como: "você tem uma vida ótima, tá trabalhando, tem um teto... apenas agradeça, pois fulano não tem nem isso". Fico pensando em quantas pessoas não deixaram de ser ouvidas por esse "corte", que na verdade soa apenas desinteresse em escutar o que temos a falar.

Algumas pessoas acham que escutar é obrigatoriamente ter que dar uma opinião ao final da conversa, mas esquecem de duas coisas: a primeira é que alguns precisam somente falar para aliviar e, segundo, cada um é responsável pelas próprias decisões, independente se foram aconselhados ou não.

O "vazio" que sinto no momento, não tem uma origem e tão pouco um significado que consiga descrever, estou sem respostas. No trabalho deixo fluir o melhor de mim e "esqueço" dessa sensação, entretanto, esquecer não soluciona.

Incomoda não conseguir falar sobre isso espontaneamente e, junto, vem a saudade dos amigos distantes. Não é que precise de um conselho (ou talvez precise?), mas ter ao lado um amigo ou amiga pra escutar que refiz meus passos, que tenho novos planos, sem minimizar esses fatos ou precisar omitir algumas coisas, é uma sensação maravilhosa.

Li uma frase certa vez que dizia: "gente calada tem muito barulho na cabeça", não tinha autor ou autora, porém estou me sentindo assim, com todos os barulhos possíveis, e por mais que eu não seja calada, pra quem me conhece sabe que eu falo bastante, poucos notam que minha voz não fala de mim.

Não tenho medo de me expor sequer achar que isso possa demonstrar fragilidade... O que as pessoas pensam de mim, não vai mudar quem eu sei que sou. E eu amo essa pessoa, com amor de quem aprendeu a dizer "não" para certas atitudes que maltratavam somente uma pessoa: eu mesma.

Já me mudei e já mudei. Agora reconectar exige um esforço maior. Reconectar certas vezes é religar algo que já existe, outras, estabelecer novas conexões. Estou, honestamente, precisando de novas conexões. Quem, quando ou onde isso acontecerá, não sei dizer. Estou aberta e tudo que vier e a me jogar do jeito que gosto, de forma intensa.

Você já precisou se reconectar? Me conta um pouquinho nos comentários se ficar a vontade... :)

Um beijo e um cheiro meus amores! 



sexta-feira, 17 de junho de 2022

Foi bom pra você?


Tem tanto tempo que não escrevo aqui, hoje fui literalmente cobrada, e por livre e espontânea pressão, resolvi voltar. :)

Hoje bateu uma saudade grande de um tio querido que se foi há algum tempo... Nunca o esqueci e nunca vou esquecer.

Meu tio era além do tempo. Até brinco que ele nem parecia da família, pois era viajado, moderno, educado; e minha família, mais especificamente do "lado" do papai, é barulhenta, falante, eu adorava quando nos juntávamos, parecia casa de grego (se quiserem ter uma noção, podem assistir o filme "Casamento Grego", o primeiro).

Queria tanto que ele estivesse vivo. Contaria coisas que, tenho certeza, só ele entenderia e se alegraria com a mesma intensidade que eu. Essa emoção seria tão grande que sentiríamos através do telefone. Só ele me proporcionaria esse momento, porque além de todo amor que tinha por ele, também o admirava por ser quem era.

O que mais me encantava, era que não tinha medo de demonstrar nenhum tipo de sentimento. Era aquela pessoa que andava pela rua e, se "enxergava" você em algum objeto, comprava pra lhe dar. Ele dizia que gostava, que amava...

Os relacionamentos atuais, de um modo geral, são tão limitados, moderados, insuficientes, acanhados, etc... Parece que todo mundo cria regras para "bloquear" algo ou alguém. Coisas como "se eu conheci hoje, não posso mandar mensagem amanhã, vai parecer desespero!". Será? Será que isso não seria simplesmente educação?

Já ouvi que, indo para relacionamentos amorosos (nem tão amorosos assim), ao conhecer alguém, muitas vezes a maioria recebe mensagem dizendo o quanto são divertidas, inteligentes, mas "do nada", essas mensagens cessam e essas pessoas "somem". Depois de um certo tempo reaparecem e, quando isso acontece, agem como se tudo estivesse normal. As pessoas confundem "normal" com "comum". Esse tipo de atitude é cada vez mais comum, entretanto, normal não é.

Sou tão intensa em tudo, que esse tipo de situação seria frustrante. Adoro conhecer pessoas, principalmente se forem inteligentes. Amo conversar!

O que houve que as pessoas não querem mais fazer parte da história de ninguém como algo bom? Não gostaria que alguém lembrasse de você com carinho a ponto de contar para os filhos e filhas, que conheceu alguém bacana e que foi uma lembrança boa? Que aprendeu algo e que lhe ensinou também?

Será que o "foi bom pra você?" precisa somente ter conotação sexual e chegar no final do ato propriamente dito? O "foi bom pra você" não pode existir apenas por ter sido realmente algo que foi bom e que os dois optaram somente por seguir depois de forma individual ou com outras pessoas?

Para finalizar , respondendo a pergunta do título: "Sim, tio. Foi muito bom pra mim ter sido sua sobrinha!". E para meu próprio consolo, penso que o senhor era bom demais pra estar nesse mundo de sentimentos vazios.

Saudades eternas querido tio...

Um beijo e um cheiro, meu queridos e queridas!



segunda-feira, 8 de março de 2021

Um dia será um feliz dia...

 




Um dia disseram que não poderíamos nos formar na faculdade em determinadas profissões porque era "coisa de homem".
Já impediram nossas escolhas, nossos votos...
Nos ensinaram a suportar relacionamentos com agressões físicas e psicológicas de nossos "companheiros", de quem deveria nos apoiar. Ter esse tipo de relacionamento não é feio, feio é "ficar pra titia", feio é "ser solteira depois dos 30".
Reduziram nossa existência ao nosso útero. Nos transformaram em reprodutoras... as vacas, cadelas, gatas, entre outras, que o "digam", o útero delas é até "comerciável".
Nossos corpos não podem nem respeitar as "leis da gravidade", tem o silicone, preenchimento labial, a vaginoplastia... Nem a nossa vagina fica de fora.
Nos chamam de sexo frágil, mas não nos tratam com delicadeza. 
Medem nosso caráter pelo tamanho de nossas roupas.
Quando contrariados, somos xingadas das coisas mais absurdas e muitas vezes mortas, simplesmente por dizer "não".
Inventaram que somos obrigadas a escutar "gostosa" na rua e que temos que agir naturalmente, apesar do constrangimento e do medo incansável de ser estuprada.
Todos os anos saem milhões de cartilhas para nos ensinar como "agir na cama para enlouquecer ele", "o que fazer para ele correr atrás de você", "como ser uma mulher poderosa para ele"... é muita coisa pra aprender pra agradar um macho.
Difícil ver uma cartilha que ensina a gostar da própria companhia, a se amar do jeito que é.
Só que a grande "descoberta da humanidade" foi saber que mulheres também transam (fodem, fazem sexo, trepam) por prazer, entretanto a maioria dos homens ainda não descobriu onde fica o clitóris.
E reza a lenda que ainda existem mulheres que nem imaginam o que é gozar, e chegar ao orgasmo fica pra outra vida.
Agora que iniciamos a "revolução", que é tardia mas extremamente necessária, somos "loucas".
Ser feminista é assinar um atestado que abriu mão de ser sensível, feminina e obrigatoriamente virar lésbica...
Sabe o que é foda? Estudar, ter opinião, senso crítico, se posicionar, é uma ameaça. Você é mal comida, mal amada, amarga... 
E ser feminina e sensível, te transformam em um exemplar a ser traído, porque você não se posiciona, não tem atitude...
As fêmeas tem que comemorar muito o seu dia, porque independente do que fizermos, somos reduzidas a qualquer escrotisse tabelada há anos por uma sociedade que insiste em diminuir nossos instintos, nossas vontades, nossas vozes.
Adoram ofender chamando-nos de puta, mas gostam de procurar as putas pra se satisfazer. O que seriam as pessoas que procuram as putas então? Se ser puta é ofensa, quem procura ficar com o que ofende é pior, correto? 
Que o dia 8 de março, não seja só um dia pra receber flores, que o dia 8 de março, seja um dia de mudanças de postura, de atitude, de homens principalmente, que acham que "as putas" não merecem respeito. 

E quem sabe um dia esse dia será, verdadeiramente, um dia feliz...

Parabéns a todas as mulheres, hoje e sempre!

Um beijo e um cheiro meu amores!



quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

O SOL SEMPRE VAI BRILHAR!


Sai às 5:40h da manhã pra contemplar o último nascer do sol de 2020... E foi lindo! Ele nem saiu por completo, mas me mostrou que mesmo "tímido", escondido entre as nuvens, ele continuava lá, reluzente, sem nenhuma dúvida, mostrando que não precisa sair por inteiro pra continuar majestoso.

Refleti sobre o ano que passou, fiz minha retrospectiva particular, eu adoro fazer isso. Arrisco dizer que quem não gosta de refletir sobre o que passou, tem medo de olhar para as próprias atitudes. Não há nada pior que olhar pra trás e ter a certeza que fez escolhas erradas...e o pior, ainda continua a fazê-las.

Me enchi de orgulho.

Passei por um fim de um relacionamento conturbado, que infelizmente poucas pessoas teriam força pra encarar como eu encarei. Pude enfim me olhar de frente e me apresentar para aquele "mulherão da porra" que tanta gente enxergava, menos eu. Eu conheci essa mulher e não vou deixar ela sair nunca mais. Nos apresentamos e me casei com ela.

Na pandemia, aprendi a amar mais ainda a minha companhia. Li os livros estacionados na estante há anos, sempre trabalhando bastante (mas eu adoro, confesso), consegui iniciar e terminar cursos que sonhava fazer há tempos, mudei de casa, curti minhas 6 filhas, aprendi a meditar... Comecei a escrever meu próprio livro.

Tive decepções grandes, pessoas que um dia admirei, eram pessoas corrompidas pelo dinheiro. Para se manter em algo que eles acreditam ser "topo", se perderam, um mais novo e outro mais velho. O mais novo talvez por imaturidade, não sabe muito bem onde entrou e nem o que ele está destruindo. Já o mais velho, foi apenas ganância, se corrompeu muito rápido. Outra pessoa que me decepcionei, não admirava, mas eu achei que partilhávamos que ideais similares, segundo o que pude perceber, sempre foi desse jeito, ruim e desonesta... Não faz nada se não for em benefício próprio. Algumas pessoas me falaram que sempre souberam que ela não tinha caráter, porém pensei: "e por que só me avisaram agora?". Contudo, a pior decepção foi saber que desse meio, um dessas pessoas fala em nome de Deus, entretanto, percebo que sua assiduidade na igreja é apenas com o intuito de abrandar as penitências que precisará pagar ao longo da vida, devido a falta de ter opinião própria e de não lutar da forma correta. Falar em nome de Deus é muito fácil, difícil é fazer as coisas de Deus. Esse foi meu ônus de 2020.

Agora o bônus foi maravilhoso. Conheci pessoas novas, agradáveis e fiz amizades que definiram meu futuro... Amizades que me fizeram despertar o "encanto amazônico" que estava guardado e que precisava sair para tomar decisões que achei que já estavam tomadas. Decisões, estas, que me colocaram nos eixos pra onde devo seguir. 

2020, meu querido, eu quero agradecer a você. Eu sigo forte, não me vendi, não me corrompi... Minha solidão é linda, não convivo com monstros, convivo com minha companhia e ela é agradabilíssima. Minha retrospectiva me traz paz, eu encaro de frente. 

Aos três pessoas, in memorian, agradeço: tio Joaquim, minha vó Neuza e minha mãe, Maria. Um homossexual, uma índia negra e uma mulher que sabia ser doce e forte ao mesmo tempo. Aos três, pela saudade e pela falta que fazem, obrigada pela força, sabedoria e honestidade repassados.

E lembre da imagem do sol, leve pra sua vida. Surgirão pessoas em seu caminho que tentarão esconder seu brilho, tentarão te comprar, te corromper a qualquer custo, mas mesmo assim, você surgirá radiante e brilhante. Quando viemos pra vencer, nada consegue superar o seu brilho e nem sua força!

Um beijo e um Cheiro, meus queridos! 


P.S: Pra desejar à vocês um feliz 2021, fica aqui uma música do meu querido Eddie... Namastê!

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

A Cura

Quantas vezes você parou pra pensar que a cura para uma doença estava dentro de você? 

Não é segredo pra ninguém que tive um relacionamento abusivo e tóxico e depois de todas as noites mal dormidas, comecei a contar sobre a má experiência que vivi para algumas pessoas e aprendi muita coisa.

Ouvi mulheres que sofreram agressão física, psicológica e precisaram sair de casa grávidas; mulheres que foram enforcadas por maridos ou companheiros que eram usuários de drogas, alcoólatras; outras não saíram de casa na época por não ter pra onde ir, por dependência financeira e também teve quem não largava por achar que o companheiro ia mudar.

Confesso que a cada história eu mudava por dentro. Aquilo me criava um sentimento ruim. Eu me via em uma boa parte daquelas situações e constatei que somos muito mais desrespeitadas do que é noticiado. Alguns homens também relataram suas histórias, mas a proporção era de 1 homem para 10 mulheres.

Como se já não bastasse todas as tristes histórias que ouvi ou li, nada me deixou mais estarrecida do que ler, ver ou escutar mulheres culpando mulheres, revelando o nome de uma doença antiga chamada machismo.

Isso me reporta a um passado próximo onde uma amiga me revelou que não foi convidada para um casamento certa vez pois dava "azar" convidar mulher divorciada (O ex tava lá no casamento, "lindo" com a atual esposa). Outra colega de trabalho era discriminada pelas roupas, era a "oferecida", sonsa, "metida a inocente". Escutei também, já em um outro emprego, que uma colega de trabalho era uma péssima mãe, tudo porque havia se separado recentemente e ela saia a noite pra se divertir com as amigas (garanto que se ela ficasse em casa chorando e sofrendo, todo mundo que falava mal dela não ia sequer perguntar como ela estava). E uma colega de classe de um curso que gostava de uma cerveja? Essa era tachada de "louca" mesmo.
 
Mulheres começam culpando mulheres pela própria criação que recebem. Quando crianças, uma boa parte é doutrinada a ter determinado comportamento porque precisa se "portar como uma moça". Não pode ficar na rua até tarde, não pode sentar de perna aberta, precisa saber cozinhar, lavar, passar... E quem nunca preparou uma comida e recebeu aquele "elogio": "Já pode casar!". Ah!!! Meu preferido quando encontro alguém que não vejo há algum tempo:"Você já casou? Tem filhos?" (Égua, véi... Na boa... Se joga no meio da Pororoca?).
 
E quem aí já recebeu PODERES EXTRAORDINÁRIOS? Já recebi o poder de ter sido a destruidora de um relacionamento que, detalhe: Não sabia nem que existia! Mas não para por aí não... O "alecrim dourado" falou coisas horríveis da garota, dentre elas afirmou que nunca teria um relacionamento com ela por vergonha de ser visto com a mesma (não vale a pena repetir tudo, acreditem!). Tivemos uma briga feia, chamei atenção dele, disse que ele tinha que ser grato a ela por ela ter sido uma pessoa que tinha estendido a mão pra ele. Ele pediu perdão, porém, aquilo já me disse muita coisa sobre ele.

Culpar outra mulher eximindo o seu "alecrim dourado que nasceu no campo sem ser semeado" da real responsabilidade é dar mais poder pra que ele continuem tendo esse tipo de atitude. Ele te deve respeito, consideração, amor, lealdade, entre outras coisas, não alguém que nem te conhece e o pior, muitas das vezes, nem sabem da sua existência. Você precisa dar a responsabilidade a quem de fato te deve respeito.
 
Esse machismo enraizado contribui, e muito, pra que você seja uma vítima de relacionamento abusivo e tóxico, sabia? Como a culpa é sempre da mulher, você vai esperar muito pra dar um ponto final no que está te destruindo. Afinal, se tá ruim, a culpa é SUA ou de qualquer outra mulher. (Não tenho orgulho disso, mas preciso confessar que tenho experiência. Achava que a culpa era minha, sempre, independente da situação).

Não ria, não curta, não compartilhe machismo... Não proteja abusadores. Não seja uma mulher machista. Finalizar essa doença está mais do que na hora. Não adianta se indignar com feminicídio, se protege o machismo e, pior, protege o machista, o abusador. Acredite, a "vacina" para essa doença está dentro de você. Apoie, abrace, elogie uma mulher que se livrou de alguém que lhe fazia mal. Ela venceu, ela renasceu. Compartilhe a cura!
 
Um beijo e um cheiro!
 
#JuntasSomosMaisFortes
#NãoSouMaisUmaMaria
#MeuPrimeiroLivro

sexta-feira, 12 de junho de 2020

As vezes não é a falta de sono, as vezes falta um sonho...




Há dois anos comecei a ter problemas sérios pra dormir, que não estavam atrelados a quantidade de trabalho, mas sim, a repetidos pesadelos que não me deixavam dormir ou me acordavam com frequência no meio da noite. Ia trabalhar esgotada, disfarçava sempre com um enorme sorrido no rosto, sempre fui da política de “todos tem problemas, como vou partilhar o meu?”; essa “minha política” atrapalha um pouco, às vezes.

Voltando aos problemas pra dormir, não entendia o porquê desse pesadelo ser tão insistente e repetitivo... Nele, estavam tentando apagar as rugas do meu rosto. Pra muitas mulheres isso seria UM SONHO, mas não pra mim. Cada marca no meu rosto foi conquistada com muita gargalhada, não sei sorrir somente com a boca, vem de dentro, meu corpo todo sorri junto. Tirar qualquer marca dessa do meu rosto, é tirar minha história, minha essência.

E o pesadelo não passava...

Fui tentando levar as coisas sempre sozinha... como tudo na minha vida.

Depois de alguns meses, de tão repetido, o pesadelo começou a se tornar real de uma outra forma: começou a evitar que eu criasse novas rugas de expressão, já não sorria mais porque eu queria, só sorria mesmo pra disfarçar minha tristeza, e, de tão profunda, me fazia adoecer com frequência, me desmotivou, fez abandonar várias metas e sonhos que eu tinha proposto pra minha vida.

Por dentro, estava gritando por ajuda, mas a vergonha de falar pra alguém era maior. Eu acreditava que por ser um problema que estava acontecendo comigo, tinha que resolver só, já era uma mulher adulta, lidar com essa situação sozinha, era uma obrigação.

Passado mais um período, comecei a ficar mais fraca e comecei a perder o amor próprio. Engordei, já não me arrumava mais, nem me olhava no espelho e não batia fotos de jeito nenhum. Quando era obrigada a me maquiar, por conta de algum evento, nunca gostava, sempre achava a maquiagem ruim e não gostava da minha pele.

E nada do pesadelo passar, já tentava evitar dormir. Só dormia mesmo quando estava muito cansada, mas me acordava com frequência no meio da noite, não conseguia levar o sono direto...

Certo dia, comecei a relembrar como era a minha vida quando eu não tinha a falta de sono me rondando... Lembrei de meus planos e de todos os meus sonhos, tudo que tinha construído mentalmente quando “era só eu”, sem pesadelos... esbocei um leve sorriso... e também uma lágrima, de emoção. Senti os sonhos voltando devagar como se estivesse “me purificando” de tudo que tinha me feito mal até aquele momento.

Resolvi comentar com pessoas próximas... De todas as pessoas com quem conversei, apenas três me falaram algo que poderia ser aproveitado. A maioria concordava que eu poderia seguir daquela forma e outras, sabiam de coisas que poderiam ter ajudado a me livrar de meus pesadelos há muito tempo, mas ignoraram o fato. Foi muito decepcionante... Quando você tem pessoas que considera próximas e as mesmas notam que você está passando por algo, mas agem de forma indiferente, você pensa porque se importou tanto com elas? O que há de errado em falar a verdade? Até quando as pessoas irão viver na política de “não vou me meter”? Será que a humanidade se esvaiu de vez?

Doeu... Mas precisei ignorar e seguir...

Mesmo bastante fraca com todas as coisas que estavam me acontecendo e com toda a decepção que tive, resolvi de vez construir novos sonhos na minha cabeça. Já estava sufocada e dentre as coisas que me motivaram a não desistir, as mais fortes em minha mente, foram meus alunos (ex alunos e atuais) e minhas cadelas (Tula, Baguera, Pandora, Toffe, Mofinho e Lady). É emocionante lembrar do quanto foi eficaz pensar neles, me senti diferente, novamente viva e em pouco tempo, consegui voltar a dormir normalmente. Graças a Deus, foi rápido!

Enfim, consegui me olhar no espelho de novo... Foi maravilhoso!

Resolvi colocar essa foto junto ao texto, porque há poucos meses atrás eu tinha vergonha, hoje, me sinto tão bem, tão feliz, que não me importo de tirar foto sem maquiagem, me acho linda, de qualquer jeito...

Muitas coisas vão te atrapalhar nessa vida, falta de sono e podem levar a pesadelos. Se resolver pedir ajuda, poderá se decepcionar, em contrapartida, a ajuda pode chegar de quem menos se espera.
Não deixe a falta de sono te atingir... Ainda que ela persista e vire pesadelo, lembre-se: muitas vezes não é a falta de sono, as vezes falta um sonho pra seguir e te tirar de vez do pesadelo que persiste em rondar sua vida.


Um beijo e um cheiro meu amores!

P.S.: Essa história talvez poucos entendam, mas era como me sentia há alguns meses no relacionamento que estava. Se quiser saber mais, em breve lançarei um livro e nele contarei tudo o que aconteceu. Se você vive um relacionamento abusivo/tóxico, eu te entendo, fale comigo, não vou te julgar, vou te ajudar no que puder!

sexta-feira, 23 de junho de 2017

O SER HUMANO E SEU ÓDIO GRATUITO




Acredito que aqueles que tiverem uma idade próxima a minha, tenho 31 anos, devem se lembrar de um comediante chamado Ronald Golias. Ao assistir uma entrevista, ele falou uma coisa que me marcou. Disse que em uma briga que teve com a esposa, notou que ela ficou com raiva, então ele se dirigiu a ela e disse:"Você tá com raiva? Por quê? Não faça isso! Você não sabe que tá jogando ódio para o mundo? Já tem muito ódio por aí".
Aquelas palavras ficaram fixadas na minha mente, tanto que procurei trabalhar essa questão da raiva dentro de mim. Claro que falhei inúmeras vezes, porém eu sinto que pelo menos consegui diminuir a frequência.
Eu procuro sempre ser muito sorridente, não sabia que o sorriso incomodava tanto. Há algumas semanas passei por uma situação constrangedora, contudo não estou pronta pra dividir de uma forma tão pública. O que posso dizer é  que senti "vergonha alheia", por se tratar de profissional também docente. O ódio ficou tão estampado, de forma gratuita, que eu simplesmente me retirei, fui ao banheiro, chorei e fiquei me perguntando se merecia ter escutado tudo aquilo.
Logo em seguida, me lembrei das palavras de Ronald Golias e fiz uma oração. Eu estava recebendo ódio, não podia retribuir com ódio. Ora, quando nos comprometemos em sermos seres humanos melhores (e aqui insisto que esse "melhor" não é algo que sirva para diminuir o outro, no entanto, que sirva para melhorar ao redor e também a sí próprio), desafios mais difíceis chegarão. Me recompus, enxuguei as lágrimas dos olhos e voltei a fazer minhas atividades.
Penso que ambientes diferente testarão seu equilíbrio de várias formas, ambientes como o de trabalho e até mesmo sua casa, serão os mais afetados caso você não consiga manter a linha tênue que separa esse equilíbrio do desequilíbrio.
Não poderia terminar esse texto sem falar de Leandro Karnal, pessoa que admiro a cada dia mais. Em um de seus vídeos disse termos centenas de conhecidos, mas poucos amigos. E um pequeno "teste" infalível seria reunir os amigos e repetir a seguinte frase: "eu estou bem, nunca ganhei tanto dinheiro, estou amando e sendo amado, estou fazendo tanto sucesso e vai melhorar". Imediatamente olhem para o rosto das pessoas, somente o amigo irá sorrir, o resto se incomodará. "Quem se incomoda tem medo de você, quem se incomoda concorre com você, quem se incomoda tem medo do seu sucesso".
Juntei a frase de Golias e as palavras de Karnal, percebi que no fundo, apenas há ódio envolvido. Fiz questão que colocar os dois no mesmo patamar nesse texto, apenas para dizer que "não somos nada". Golias era um comediante, Karnal é um renomado historiador, mas para mim, são dois seres humanos que me passaram conhecimento de formas diferentes e que me disseram simplesmente que o ódio não leva a lugar nenhum.
Na dúvida se vai estar certo ou errado, escolha estar feliz!

Um beijo e um cheiro!

quinta-feira, 2 de março de 2017

O elefante??? Nunca incomodou.



Observei que “minha colega” tinha inveja dos outros. E o pior? Pelo simples fato das outras pessoas serem felizes ou serem bonitas. Isso parece absurdo pra você? Sério mesmo? Vou te dar um exemplo que me ocorreu recentemente...
Todas as duas fotos foram postadas em momentos diferentes da minha vida. Na primeira foto, eu estava mais gorda (acho que está visível isso!), na segunda foto já estou com uns bons quilos a menos, me sentindo “a última bolacha do pacote, a mais recheada e a inquebrável” (esse é um sentimento pra mim e não pra humilhar as pessoas). O mais legal nas duas postagens, foram as reações que elas causaram.
A primeira foto, por estar gorda e fora do “padrão de beleza” incutido na “sua” cabeça, eu estava legal e bonita, mas não incomodava. No fundo você só me achava corajosa por ter postado aquela foto. Na segunda foto, mais magra, podendo “ser aceita” e ser considerada bonita, meu grande crime foi INCOMODAR.
O que incomoda tanto?
Incomoda a pessoa ser bem resolvida? Estar feliz? Ter autoestima? Ser ousada? Não ter medo das consequências e VIVER? Assumir a responsabilidade daquilo que faz? 
Vivemos em um momento que as pessoas insistem em pedir aprovação dos outros pra fazer tudo: “posso fazer isso?”, “posso comer aquilo?”, “tu acha que eu devo insistir nesse relacionamento?”. Sempre querendo a aprovação de alguém, mas cuidado, alguns querem apenas alguém pra poder culpar caso aconteça algo errado.
Sinto que vivemos em um mundo de “adultos infantis”. Sabe aquele tipo que vê as coisas e liga pro “coleguinha” dizendo: “Viu as fotos que ela postou? Não se dá o respeito. Deveria se portar como uma profissional”; e tem também aquele especulativo: “Ela deve ter postado a foto pra alguém, pra se vingar ou pra arranjar namorado. Certeza!”.
Preste atenção, você já sabe disso: Não importa o que você faça, vão te julgar! Então, se não estiver prejudicando ninguém (aqui não se inclui a questão de você se incomodar com o “coleguinha”), FAÇA!
A vida é curta, se ame, deixe as pessoas viverem as suas vidas. Pare de atropelar sua vida vivendo a dos outros e construindo coisas frágeis.
Eu falei de inveja no início do texto, não vou dizer a você que não tenho inveja, mas eu oro todo dia pra não ter, isso me ajuda bastante. Se você não é religioso, procure acalmar sua mente. Deixe os absurdos para o excesso de amor, para a vida... Deixe-a leve, se incomode com você, sua vida vai melhorar.
Quando te disserem: que “um elefante incomoda muita gente”, responda que quem é muito menor que o elefante também incomoda. O rato... Espanta o elefante.

 Um beijo e um cheiro :*

terça-feira, 22 de novembro de 2016

O Momento é Este!


Hoje, especificamente hoje, parei pra refletir sobre algumas pessoas que conheci e que talvez passem despercebidas no cotidiano.
Lembrei-me de uma doce senhora que vendia refeições em frente ao laboratório que trabalhava na época da faculdade. E faço questão de enfatizar o "doce", pois só de lembrar dela, sinto saudades da pergunta diária ao nos encontrarmos: "como você está filha?", era tão suave a forma como se dirigia as pessoas, me sentia parte da família dela apenas pelo tom de voz.
Um dia qualquer, cheguei, abracei-a como de costume e começamos a conversar. Notei um pouco de preocupação em seu rosto, perguntei o que acontecia. Então ela me contou que o genro dela, ia ser julgado naquele dia, às 14h, e havia possibilidade de ser solto. "O que ele fez?", perguntei. Ela me contou a história...
- "Há alguns anos atrás, ele matou minha filha, tinha muito ciúme dela. Depois fugiu e desde então eu cuido da minha neta".
Me contou aquilo, sem derramar uma lágrima, sem xingar o ex-genro (que estava preso) e sem reclamar da vida. Apenas demonstrou preocupação por temer a segurança da neta. Aliás, a neta também era uma criança extremamente adorável, tinha um olhar profundo e sempre um sorriso no rosto. (No outro dia soube que ele foi julgado e condenado, não recordo quantos anos).
Fiquei me perguntando, hoje, quantas vezes nós "aceitamos" a condição que estamos, apenas por ter caído um pequeno degrau da jornada? Aquela mulher, aceitou a condição que lhe tinha sido imposta pela vida, por mais cruel que fosse, se reergueu e foi trabalhar para criar a sua neta. Suas expectativas talvez tivessem despencado com toda essa tragédia, porém ela nunca se entregou. Ela seguiu em frente.
Não sei quantas vezes as pessoas passam por situações desagradáveis em sua vida, mas sei que não existe uma resposta para tudo, algumas coisas simplesmente acontecem. Não nos cabe tentar entender o "porquê aconteceu comigo?" ("Mas logo comigo???" O que nos faz tão especiais a ponto de achar que o outro merece que isso aconteça com ele, porque é normal, e conosco não?), nos cabe saber o que fazer diante daquela situação e após.
Temos que olhar para o horizonte, e curtir o caminho que vamos fazer até chegar ao "ponto final"(ponto final = seu objetivo, mas coloco entre aspas porque é interessante, a meu ver, você concluir um objetivo, e criar sempre outro. Ter sempre um novo objetivo nos faz entender que estamos vivos, que o coração ainda bate... "o pulso ainda pulsa").
É perda de tempo tentar achar uma resposta pra tudo, Enquanto você parar pra tentar explicar o inexplicável, sua vida continua acontecendo, e talvez você deixe de notar o ambiente que o rodeia ou de simplesmente conhecer alguém que pode te acrescentar algo.
"E quando fazer isso Leila?" Faça agora!
O MOMENTO É ESTE!

Um beijo e um cheiro meus amores.

sábado, 30 de julho de 2016

Porque não tentar?


Quando eu era criança, escutava algumas conversas de garotas mais velhas que moravam na rua da minha casa. Lembro-me de umas falando para as outras "não faz isso, ele vai saber que tu és afim dele!" ou "não liga, deixa ele te ligar!!!". Eu sorria sempre, não entendia, achava apenas engraçado.
Na adolescência já escutava algo mais em torno de dúvidas: "será que eu ligo pra ele?" ou "será que ele vai me notar se eu passar na frente dele?". E agora na "idade da loba", confesso que os papos não são muito diferentes, escutei "não manda mensagem se ele não te mandar"! (oi?).
Nunca tive paciência para as "fórmulas ou roteiros de conquista". Sempre fui tão intensa em tudo que vivi, seja no lado amoroso, profissional, só amizade... Sempre gostei de me entregar.
AH!!! Se entregar sem medo! Sem culpa! Se sentir livre! Porque não tentar do "meu" jeito?
Eu me lembro das pessoas, gosto de cuidar, gosto de falar, eu vejo algo que me lembra da pessoa e se puder, eu compro pra dar de presente, mas... Tem um grande perigo aí: nem todos estão acostumados com isso, e, esse meu lado talvez assuste quem não me conheça.
Hoje eu "terminei" uma coisa que nunca começou. Não sei por que eu queria que tivesse dado certo, o jeito tranquilo que ele tinha me trazia paz em meio a tanto tumulto diário. Fiquei um tempo sem vê-lo e fiquei com saudade, porém percebi que não era recíproco.
Queria muito que ele tivesse sentindo o mesmo que eu, talvez ele enxergasse que eu não tinha maldade nenhuma, queria apenas viver de forma intensa como sempre fiz.
Por mais que eu queira evitar, eu sempre serei uma eterna romântica me arriscando nesse mundo que insiste em puxar o freio pra tudo. Eu gosto de abraçar, de beijar, de ligar pra escutar a voz, de dizer que gosto, de dizer que amo!
Eu amo viver de forma intensa, me atirar, me jogar nos locais onde as pessoas evitam ir: o coração. Gosto de saber dos segredos, de dividir as coisas, sejam elas boas ou ruins. Não tenho medo de SER HUMANA, nunca tive.
Gosto da intensidade das coisas...
Claro que tendo esse jeito, acabo me machucando mais fácil. Mas o que é a dor perto que uma experiência que foi compartilhada? O que é a dor perto de sorrisos que foram sentindo juntos? O que é a dor perto de experiências únicas? O que foi a dor perto do que você aprendeu? Todos deixam alguma coisa pra nós, às vezes ruins às vezes boas. 
Eu sei que hoje eu chorei, por que não vou mais escutar as coisas que me faziam rir, não vou mais sentir o mesmo cheiro, nem vou ter mais o frio na barriga que me dava na sexta porque íamos nos encontrar.
Mesmo sabendo de tudo que não vou mais ter, quero afirmar que não sei se as garotas da minha infância estavam certas, se eram as da adolescência ou se são as mulheres da atualidade, sei que eu não copiei ninguém! Sempre fui eu mesma, sempre sorrindo, sempre sendo intensa, sempre sendo EU. 
Se hoje eu chorei, amanhã estarei contando tudo que foi legal e que valeu a pena, tudo que pude sentir tudo que vivi porque me joguei da mesma forma intensa a qual sempre gostei.
Bob Marley disse: “Eu sou do tamanho que sinto que vejo e que faço não do tamanho que os outros me enxergam”. E eu sou assim, ninguém ainda me viu do tamanho que eu sou talvez ainda seja a criança que ri do “medo” que as pessoas têm de viver ou talvez seja a mulher que alguém tenha medo de ter.
Viva intensamente tudo o que você quer, se isso for te machucar ou te levar as lágrimas, entenda: nunca estamos nem nunca estaremos 100% bem, a vida é um ciclo e você precisa passar por todos, senão não terá conselhos para dar, nem histórias para compartilhar, contudo, sempre seja intenso, sempre seja humano! Porque não tentar?

Um beijo e um cheiro meus queridos.